domingo, 7 de março de 2010

Coração de mãe

Vou começar hoje falando mais sobre mim: gosto muito de churrasco, e não só de comer carne assada, mas de todo o ritual. Gosto desde garoto, quando meu pai fazia aos domingos e devagarzinho iam chegando os amigos dele e de minha mãe, aliás, meus domingos de criança tinham fórmula 1 (o que não me impede de detestar o Galvão Bueno), churrasco, e futebol (o que não me fez virar um bom jogador, muito pelo contrário), tipicamente anos 80.

Galvão Bueno... Esse merece um parágrafo só para ele. O homem que não se contenta em fazer a parte dele e narrar, tem que comentar, e às vezes acha que sabe mais que o comentarista. Impressionante a capacidade que essa figura da televisão brasileira tem de falar besteira - quase 40 anos de fórmula 1 e não aprendeu até hoje, além de ser uma ave de mau agouro, tudo o que ele fala sobre os pilotos brasileiros acontece o contrário - e de criar expressões no mínimo curiosas, como a reta curva e a bola que ganha velocidade quando bate na grama molhada. Também tem a “promoção” da carreira do filho (que não precisa disso, justiça seja feita), chegando ao ponto de tornar uma das poucas categorias do automobilismo nacional algo insuportável de acompanhar. Mas tem o lado bom, ele já anunciou a sua aposentadoria, só que infelizmente isso só vai acontecer depois da copa de 2014... E o que mais me impressiona é que ele não fica gripado nunca! Vaso ruim não quebra mesmo.

Mas por que eu estou escrevendo isso? Passei esses últimos dias em profunda reflexão, por coisa que, de tanto que já aconteceu na minha vida, não devia me afetar.

Faz algum tempo que, por um motivo ou outro, não faço churrasco em minha casa, mas há alguns meses fazia até que com certa freqüência. Uma coisa engraçada sobre esses churrascos é que eu praticamente não convido ninguém, papel desempenhado pelos meus amigos (em geral pelas namoradas deles, afinal a rede de informações delas é melhor que a nossa), e minha pequena casa é como um coração de mãe, sempre cabe mais um. Quem chega acaba ficando, no próximo convida mais alguém, e assim sucessivamente.

Nessa corrente de amigos, sempre recebi da melhor forma possível, os que já chegaram e os que estão chegando, mas sempre existe aquele que, como lobo em pele de cordeiro, vem à sua casa, aproveita da sua hospitalidade, e, na primeira oportunidade, sai falando mal de você. Numa ocasião bem recente, que não vem ao caso no momento, fui chamado por um desses falsos amigos, entre outras coisas, de escroto. Mas não qualquer escroto, “um escroto como ele”, o que me fez pensar que eu devo ser a pessoa mais desprezível do mundo, ou então que virei definição para uma nova categoria de escroto. Mas como disse antes, esse tipo de coisa já não devia mais me afetar, e não vai. Coração de mãe é como circo, sempre cabe mais um palhaço.

Só para constar, ainda existe salvação para esse novo mundo de universitários em que reingressei, quarta à noite fui prestigiar o palquinho (esqueci de falar que esses encontros de estudantes ao som de uma banda, e de graça, aqui se chamam palquinho, devido ao fato de que um dia o palco já foi liberado para novas bandas se apresentarem) da “outra universidade” e ouvi um pouco do bom e velho rock’n’roll. Valeu Fabinho! Na quinta foi a vez da minha universidade, Antarctica Sub Zero por R$2,00 a lata é de doer, mas valeu pelo som.

A música de hoje? Lembram do “Uns e outros”? Então...

“A pena implacável”

Me perdoe

Eu não queria ser assim

Me perdoe

Eu não queria ferir seus ouvidos.

Escuta agora esta canção que eu fiz,

pra te levar ao suicídio.

Escuta agora esta canção que eu fiz,

pra te levar ao suicídio.

Eu já nem sei quantos dias e noites

você passou em claro

me perseguindo com sua pena implacável.

Mas, pense bem, quanto trabalho e tempo desperdiçados.

Ano que vem volto e faço tudo ao contrário.

...

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