sexta-feira, 16 de abril de 2010

Metáforas, parábolas e et-cetera (coragem)

Depois de longo e tenebroso inverno, aqui estou eu de volta. Fiquei semanas ausente vocês nem sentiram a minha falta...

Essa coisa de associar o humor e o estado de espírito às estações do ano é uma metáfora perigosa... Aliás, lembrei de um livro que li há muito tempo, coisa de dezesseis ou dezessete anos, ‘A Insustentável Leveza do Ser’ de Milan Kundera, lá ele fala que não se deve brincar com as metáforas, e por um motivo interessante, segundo ele porque o amor pode nascer de uma simples metáfora.

De qualquer forma, estou eu aqui de volta depois de um longo e tenebroso inverno para contar mais das minhas peripécias. Parece - vejam bem, parece – que a novela da minha máquina de lavar chegou ao final. Mas não sem um pouco de melodrama nos últimos capítulos: ela voltou, mas para tanto precisei pagar o resgate, vou explicar, recebi um telefonema da assistência técnica marcando um horário para a devolução da máquina, segunda-feira após o almoço, fiquei super empolgado com a possibilidade de lavar minhas roupas e não ter que torcê-las na mão, pausa para os nossos comerciais...

Próximo capítulo, na segunda-feira antes do almoço recebo outra ligação dizendo que “para fechar o caixa” eu tinha que passar lá e efetuar o pagamento do conserto, eu tenho que confiar neles, mas eles não confiam que depois da entrega eu passaria para pagar, que beleza... Resgate pago, ela voltou! Voltou desbalanceada e barulhenta, mas voltou. Funcionou três vezes, e começou a vazar. Ligo para a assistência, marco para retirarem novamente na outra segunda-feira. Esperei, e adivinhem? Ninguém apareceu. Ligaram na terça para que eu esperasse até uma determinada hora em casa que viriam buscá-la. Como se a única coisa que eu tivesse para fazer fosse esperar por eles. Pelo menos dessa vez apareceram. Cenas do próximo capítulo.

Capítulo final. Dias depois... Ela voltou. O problema era outro e coisa e tal, mas o bondoso e gentil rapaz não cobrou nada. Continua barulhenta e desbalanceada, mas funcionando bem e sem vazar. Tudo bem que eu lembrei de quando tinha 10 anos e tinha que segurar a Lavínia da minha mãe para ela não sair andando pela área de serviço. Agora é torcer para que continue funcionando e não aconteça mais nada. Creio que eu mesmo terei que fazer o balanceamento, depois. E assim chega ao fim a nossa novela das oito (espero).

Repararam que não existe mais novela das oito? O Jornal Nacional acaba às nove...

Lavínia... Meu pai tem o dom de comprar coisas estranhas. Essa máquina de lavar era um aborto. Vibrava tanto que saía “andando” pela área de serviço, isso porque tem concreto nela pra dar peso! De tanto que minha mãe reclamou, ele comprou uma White-Westinghouse. Seis por meia dúzia... Quando for lembrando das incríveis aquisições do meu pai escrevo aqui, não tinha como crescer normal.

Agora a outra novela, minha vida acadêmica. Após semanas de espera fui informado pelo secretário do departamento que 5/8 das disciplinas foram negadas, isso mesmo 5/8 (62,5%), porque a dona dica (divisão de controle acadêmico) julgou que minhas alterações foram feitas fora do prazo. Como disse o Zagallo, “Aí sim, fomos surpreendidos novamente!”. Como quem pediu as alterações não fui eu pessoalmente, e sim a secretaria do departamento, quem errou nessa história? Mas deixa isso para lá, consegui que um professor me deixe fazer uma disciplina mesmo sem estar matriculado, e vamos seguindo em frente. Disciplina...

Lembra da aula de conjuntos na terceira série do primário? Foi do que eu me lembrei nas aulas dessa semana. Trabalhos em grupo... Em duas disciplinas o grupo é formado por mim, eu e eu mesmo (Me, Myself and Marcelo...), e nas outras é que é o problema. Uma eu não posso reclamar, faço com dois bichos, mas é difícil a comunicação, estou ficando velho... Na outra o professor me encaixou em um grupo com uma menina de outro curso, um cara que nunca aparece e outro que, segundo os colegas de turma dele, “você fala para ele fazer e ele não faz”, estou bem arrumado. Mas faz parte. Para o alto, e avante!

Música de hoje:

Por Quem Os Sinos Dobram - Raul Seixas

Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
Cê sabe que a gente precisa entrar em contato
Com toda essa força contida e que vive guardada
O eco de suas palavras não repercutem em nada

É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado, é...
Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, eu sei que você pode mais

É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado
Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, eu sei que você pode mais.

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